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TEATRO EM MINAS GERAIS

A pesquisa sobre a trajetória de Ítalo Mudado trouxe informações fundamentais para a compreensão da história do teatro em Belo Horizonte e em Minas Gerais. Por isso, criamos um recorte de alguns dos principais fatos e personalidades que influenciaram o cenário teatral formado na capital mineira.

OS QUATRO PIONEIROS

Pelo menos quatro nomes se destacam entre os pioneiros do teatro em Belo Horizonte, da primeira metade do século XX, por serem nomes sempre citados por nossos profissionais veteranos. Manoel Teixeira, Luiz Gonzaga de Oliveira, Francisco de Paula Andrade        (F. Andrade) e João Ceschiatti.

MANOEL TEIXEIRA

Manoel Teixeira e familiares - 1991 - Fo

Ferroviário e dentista, nasceu em Queluz de Minas, atual Conselheiro Lafaiete, em 1900. Fundou e foi presidente do Grêmio Dramático Central do Brasil, no bairro Horto. Manoel Teixeira transformou um templo religioso em casa de espetáculos, movimento oposto ao que vemos nos dias de hoje. “Aqui no Santa Tereza existia um centro espírita e, com a morte da proprietária, ele foi adquirido por terceiros e alugado para o nosso então Clube Recreativo Santa Tereza, que era a continuação do Grêmio Dramático Central do Brasil.” (SANTOS, 1984,p. 198-199)

 

O Grêmio durou 12 anos e teve o ator Procópio Ferreira como sócio-honorário e principal incentivador. No dia 21 de abril de 1947, Manoel Teixeira e seus companheiros fundaram o Ideal Clube Teatro Escola de Santa Tereza. Lá, promoviam festas e cursos de teatro,

encenavam peças amadoras que costumavam ter, na plateia, espectadores ilustres como Madame Henriette Morineau, Dulcina de Moraes e Procópio Ferreira.

 

Para o trabalho no palco, Manoel Teixeira escrevia textos, comandava ensaios, dirigia espetáculos, elaborava cenários e figurinos e interpretava os principais papéis. Ele manteve o Ideal Clube Teatro Escola de Santa Tereza por mais de 40 anos. Morreu em 1990.

LUIZ GONZAGA RIBEIRO

Luiz Gonzaga de Oliveira - 1991 - Fonte

Para ele, as atividades teatrais surgiram com a maioridade. Ele nasceu em Entre Rios de Minas,

em 1907. Suas primeiras atuações aconteceram nos seus 21 anos, como integrante de um grupo que realizava espetáculos beneficentes. Mudou-se para Belo Horizonte em 1937. Luiz Gonzaga Ribeiro de Oliveira atuou como autor, ator, diretor e produtor e se tornou o primeiro crítico especializado da imprensa mineira, assinando matérias com o pseudônimo Fábio Luiz.

 

Em 1940, fundou o Teatro do Estudante, quando ingressou na Faculdade de Direito. A estreia aconteceu com o espetáculo Compra-se um Marido, de José Wanderley. Em 1950, assumiu a Escola Mineira de Artes Dramáticas que, de acordo com Gonzaga, que a dirigiu por 15 anos, também formava autores. Com o grupo Comediantes Mineiros, a escola encenava espetáculos prestigiados por Madame Henriette Morineau. Morreu em outubro de 1991.

F. ANDRADE

Nasceu em Ouro Preto em 1914 e mudou-se para Belo Horizonte aos 16 anos. Aos 22, formou um conjunto teatral, inicialmente batizado Troupe, que depois passou a se chamar Conjunto F. Andrade.

 

Suas apresentações aconteciam na antiga Colônia Portuguesa. A companhia de F. Andrade priorizava os autores nacionais, especialmente os mineiros.

 

Afastado do trabalho artístico, dedicou-se à Câmara Municipal de Belo Horizonte, onde chegou a chefe de gabinete da Presidência.

JOÃO CESCHIATTI

Naddeo, João Ceschiatti e Madame Morinea

Aos 7 anos, João Ceschiatti já era solicitado para atuar nas companhias de ópera que vinham da Itália para turnês no Brasil. Tinha apenas 13 anos quando requisitou o Teatro Municipal para promover um festival de teatro, que teve a renda revertida para a Igreja de São Sebastião.

 

Anos mais tarde, Ceschiatti fundou o Teatro do Estudante, que virou notícia fora do Estado, o que lhe rendeu o convite para dirigir um grupo teatral fundado pelo Sesiminas.

 

Entre os que fizeram carreira teatral e começaram a se destacar nos espetáculos do grupo, estavam Antonio Naddeo, Ezequias Marques e Ítalo Mudado.

 

João Ceschiatti morreu no dia 8 de agosto de 1987.

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